quinta-feira, 12 de maio de 2011

Questão de prioridade

                                   Considero prioridade uma questão muito pessoal. Algumas pessoas escolhem as suas, o que não quer dizer que quem não tem as mesmas esteja errado...Mas há coisas que são unanimidade.Por exemplo: qualidade de vida. Não é preciso ser rico(a), mas tem que haver um mínimo de condição de se viver dignamente. Segundo exemplo: saúde. Acredito que seja uma prioridade para todos. Se não é, algo está errado.
                                   Alguém poderia dizer: " Saúde faz parte da qualidade de vida". Concordo plenamente, mas fiz questão de separar uma da outra para dar mais ênfase ao assunto que desejo abordar.
                                  Sou uma profissional da saúde e tive uma formação pautada sobretudo na ética. Não pensem que esta formação eu tive nos bancos da universidade. Adquiri estes conceitos de meus queridos pais. Quem escolhe a área da saúde, não pode abdicar de certos preceitos. Um deles é transformá-la em comércio pura e simplesmente.
                                 Pois bem. Considerando este fato, minha prioridade profissional sempre foi a transparência na relação com o paciente, o respeito e a ética. Dentro desses tres valores, sempre dei muita importância à informação passada por mim ao paciente e à prevenção. Considero isto a base de todo o resto. O profissional que não procura esclarecer as dúvidas de seus pacientes e que não prioriza a prevenção de problemas, não é digno de ser chamado de profissional. É um mercenário.
                               O que muitos consideram perda de tempo, eu considero ganho.É melhor gastar meia hora de conversa esclarecedora, do que ter que explicar depois o que deu errado ou, pior ainda, ser pego de surpresa por algum fato inesperado. Já vou esclarecer.
                               Poucos são os profissionais que "perdem" tempo fazendo uma boa anamnese de seus pacientes. O que é anamnese? É um conjunto de perguntas que o profissional faz ao paciente antes de iniciar o seu tratamento. Para o leigo, isto até pode parecer dispensável, mas todo profissional que se preze, sabe a importância deste cuidado.
                              Numa anamnese procuramos saber o estado de saúde geral do paciente, doenças familiares (hipertensão, diabetes, problemas cardíacos,etc.), medicamentos que porventura possa estar tomando, doenças anteriores, presença de alergias de um modo geral. A pessoa poderá estranhar tantas perguntas, mas respondendo-as de forma correta e verdadeira, vai situar o profissional na forma que deve agir.
                             Vou dar o exemplo mais uma vez: quando uma pessoa pertence a uma família de hipertensos ou diabéticos, torna-se uma candidata em potencial a ser também portadora de tais males, mesmo que não apresente ainda sinais e sintomas. Este fato já é um alerta ao profissional. Poderá pedir exames, se achar necessário ou precaver-se usando anéstésico sem vasoconstritor em pacientes obesos que apresentem história familiar de hipertensão. Diabetes a mesma coisa. Fazer uma cirurgia em um paciente portador da mesma, pode trazer uma série de complicações.
                            Na hora de receitar remédios ao seu paciente, o profissional precisa ter conhecimento dos medicamentos que o paciente toma. Isso fará toda a diferença. Uma paciente que faça uso de anticoncepcional oral (ou não) e não deseje correr o risco de uma gravidez inesperada, precisará estar ciente de que necessita de um outro método contraceptivo, caso necessite tomar algum antibiótico receitado pelo profissional. Conheci uma pessoa solteira que fazia uso de contraceptivo oral e necessitou tomar antibiótico por alguns dias (por estar com uma infecção dentária) e o medicamento interferiu na ação do anticoncepcional. Resultado: não avisada pelo profissional da interação medicamentosa, alguns dias depois , viu-se grávida num momento em que não podia e não desejava. Bastava apenas um pouco mais de atenção do profissional para evitar o transtorno...
                            Para finalizar: Perca (ganhe) alguns minutos do seu tempo e na última sessão, após o término do tratamento, e veja como seu paciente anda escovando os dentes. Diga a ele que precisa trocar de escova dentária periodicamente (eu aconselho a cada 30 dias), fazer uso de fio dental ANTES de escovar os dentes (se quiser fazer o uso depois é facultativo), usar um raspador de língua, pois a língua é um depósito de bactérias se for mal escovada (ou raspada), e finalmente utilizar um enxaguatório bucal que contenha flúor ou substâncias bactericidas, conforme a sua necessidade.
                           Agindo assim, tenho certeza de que a sua clientela ficará muito mais satisfeita.

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